O deputado federal Sérgio Vidigal (PDT-ES), que é membro suplente da Comissão Especial de Superendividamento do Consumidor (PL 3515/15), participou de mais uma audiência pública realizada pelo colegiado.
Na oportunidade, Sérgio Vidigal fez perguntas ao convidado, o vice-presidente do PDT, Ciro Gomes.
“São 64 milhões de famílias, 30 milhões de insolventes, porque quando você não consegue pagar nem a conta de água nem de luz, você já está insolvente. E sem contar que os grandes credores que nós temos no Brasil são instituições financeiras”, comentou Vidigal
Perguntas
Entre os questionamentos, o deputado cita que no, dia 26 de setembro, o jornal Valor Econômico tinha, como matéria de capa, a seguinte manchete: “Banco não repassa a cliente a menor taxa Selic da história”. “Ou seja, não adianta o Banco Central baixar a taxa Selic, pois isso não está se convertendo em crédito mais barato para o consumidor. Os bancos se aproveitam da baixa da taxa Selic para aumentar sua margem de lucro. Como reverter essa tendência?”, perguntou.
O parlamentar diz que ainda que temos um cenário de endividamento elevado associado a desemprego elevado. Logicamente, há cada vez mais famílias com menos condições de quitar seus empréstimos. “Quando essa bomba vai estourar?”
De acordo com o pedetista, a comissão discute soluções para evitar o aumento do endividamento. As soluções passam, normalmente, por melhorar o acesso à informação sobre o empréstimo que o consumidor está prestes a tomar. “Mas isso é suficiente? Por quê? E quais seriam as outras alternativas?”
Respostas
Antes de responder aos questionamentos, Ciro Gomes disse que é um “orgulho” caminhar com o deputado no Estado do Espírito Santo “e ver com que orgulho e carinho o povo de lá lhe abraça. E não é para menos, vossa excelência está sempre ligado às melhores causas e para mim é uma honra muita grande tentar responder seus questionamentos todos em linha com assuntos muito sérios”.
Ciro Gomes explicou que o governo de Jair Bolsonaro tem a menor taxa Selic da história do Brasil pois este “paga a metade da menor que a esquerda já houve capacidade por muito tempo de pagar”.
E completou: “Mas a distância da taxa Selic, que é de 2% descontado da inflação, a taxa Selic hoje está em 5 pontos, a inflação ao redor de 3, você tem 2 pontos de juros real. Isso é facilitado porque o capitalismo mundial está vivendo uma situação absolutamente única na história. No futuro, os historiadores, os historiadores registrarão como inflexão, talvez mortal para talvez finalmente acabar o ciclo do capitalismo rentista que está matando a humanidade, não é só o Brasil.”
Sobre a “bomba”, o ex-ministro explica que esta é biológica, é uma bomba química, “não é dos artefatos explosivos, você não houve o barulho da explosão, é uma bomba de efeito químico, que está simplesmente disseminando a morte do tecido produtivo do Brasil e a própria dignidade pessoal da nossa comunidade, porque imagina 65% das famílias brasileiras estão com algum tipo de endividamento já no nível da humilhação e se sentem o todo dia o pior dos homens, o pior das mulheres porque aquele que deu o passo além da perna, quando na verdade são aposentados que caíram no crédito consignado para comprar remédio.