O deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES) utilizou a tribuna da Câmara dos Deputado para condenar a nota do PDT em apoio ao ex-presidente Lula. Na abertura do discurso o deputado afirmou que é público e notório que o PDT participa do Governo. Mas relembrou o líder, Leonel Brizola, que dizia o seguinte: “O PT cacareja para a esquerda, mas bota o ovo para a direita”. E o PT usou a direita para governar este País, quando poderia, na verdade, ter discutido mais intensamente com partidos mais à esquerda.
“Temos um Ministro no Governo, o Ministro André Figueiredo, que inclusive contribui muito para a qualidade do staff do atual Governo. Mas eu nunca neguei a minha insatisfação com a participação do PDT no Governo. Sempre coloquei que o PDT não deveria, de forma alguma, ir para a Oposição, que deveria ter autonomia nesta Casa e que pudesse abrir mão da participação no Governo”.
Vidigal explicou que na última reunião do PDT, na última terça-feira 8, os parlamentares se sentiram extremamente constrangidos. “O debate tinha que ser exclusivamente sobre os ideais do PDT e não sobre o que se passa com lideranças de outros partidos. O partido emitiu uma nota — eu falei com o nosso Presidente que não concordava com ela — em que aprofunda o debate que não cabe a ele naquele momento”.
O pedetista entende que não cabe ao PDT fazer a defesa de nenhum agente político, a não ser que ele seja do partido. “Não cabe ao PDT fazer nenhuma crítica às instituições deste País, porque elas são estabelecidas por meio de legislação. Quantas vezes, neste País, nós elogiamos as ações da Polícia Federal? Não cabe ao PDT querer fazer a defesa individual de um agente político que não seja do partido”, afirmou Vidigal.
Sergio Vidigal ainda deixou claro que não o PDT não compartilha da prática que foi estabelecida neste País, “uma prática que não é republicana, uma prática da troca, uma prática que, para se manter na gestão, teve que fazer acordos não republicanos”.
Para concluir o pedetista ressaltou que não concorda que o Presidente do PDT faça uma nota como a que fez. “Isto não é nosso, não é atribuição do PDT fazer essa defesa. É atribuição do Partido dos Trabalhadores, pelo qual, inclusive, eu tenho muito respeito. Há no PT muita gente de bem, muita gente qualificada, muita gente que, inclusive, nós gostaríamos que estivesse no PDT, mas não cabe ao PDT fazer a defesa de outra liderança política deste País. Cabe, primeiro, à própria liderança e, segundo, ao seu partido fazê-lo”.