“Precisamos dar condições de o trabalhador ser inserido no mercado”

Atuação Imprensa

Diante da crise econômica que arrasa o país, responsável diretamente pelo desemprego em massa, o deputado federal Sergio Vidigal afirma que um dos desafios na Serra é dar ao cidadão condições para que ele seja inserido no mercado de trabalho e que esse processo passa por investimentos na qualificação e escolaridade do trabalhador.

Emprego e Renda foi o tema do segundo debate da série de 12 Encontros promovidos pelo PDT da Serra, para discutir com a população soluções para os problemas que desafiam o progresso do município. O evento foi realizado na noite desta segunda-feira, 2, na Câmara da Serra.

“Temos que nos fortalecer para ampliar a escolaridade da população trabalhadora na Serra, ampliando a oferta de vaga na Educação de Jovens e Adultos (EJA), buscando incrementar junto ao Governo do Estado a oferta de ensino médio na cidade e na qualificação de acordo com a demanda no mercado. Você não qualifica quem não tem escolaridade, e esse é o nosso desafio.”, disse.

Segundo Vidigal, o desemprego é um dos principais fatores responsáveis por elevar de forma negativa os índices sociais. “Nós não vamos reduzir os índices da violência, da pobreza, os déficits na saúde e educação se não soubermos trabalhar a qualificação das pessoas. Temos que buscar experiências para aumentar a oferta de emprego e renda.”

De acordo com dados do Ministério do Trabalho, a Serra foi o município que teve o maior déficit de emprego no Estado, num período de 12 meses. E os setores responsáveis por esse fator são: construção civil, comércio e serviços. Em 2015, o Estado deixou de gerar 45 mil vagas de empregos, somente na Serra foram menos 10 mil postos de trabalho.

Diante desses dados, Vidigal chamou a atenção para os trabalhadores que estão principalmente na construção civil. “A Serra foi um dos municípios que mais desempregou no último ano, e quem mais desempregou nos últimos três meses. E nós sofremos, pois a maioria dos trabalhadores são operários. ‘Onde, está o trabalhador da construção civil? Está aqui na Serra!’. Não podemos olhar esses índices apenas como números, estamos falando de trabalhadores, pais de família que não terão como sustentar as suas casas. Os que ficaram no emprego tiveram que se submeter à redução do próprio salário. Não tem nada mais doloroso que o desemprego”, ressaltou o pedetista.

Retomada do crescimento econômico
Durante o encontro com as lideranças e moradores da Serra, o deputado Sérgio Vidigal demonstrou otimismo em relação a retomada do crescimento econômico do município,  a partir de 2017. Porém, destacou que é necessário que haja um novo modelo de gestão para que o fato se concretize.

“Na região metropolitana, a Serra tem as melhores condições de retomar o seu crescimento. Mas nós não vamos mudar esta página se não mudarmos essa metodologia de gestão, que já está ultrapassada. A nossa especialidade é enfrentar e superar a crise.”

E completou: “Aqui no Brasil a crise foi pior, pois nós tivemos conquistas e depois tivemos que entregá-las todas. A nossa crise de desemprego começou em 2013. Junto da saúde e educação, a geração de emprego e renda é um tema que precisa ser debatido a exaustão, que não pode ficar sem resposta, sem ação.”

Desemprego
Convidado para falar sobre o cenário de emprego e renda, o ex-superintendente do Ministério do Trabalho

Encontros: Soluções para uma nova Serra - Emprego e Renda / Fotos: Sérgio Cardoso
Encontros: Soluções para uma nova Serra – Emprego e Renda / Fotos: Sérgio Cardoso

no Espírito Santo, Alessandro Comper, destacou que somente em março deste ano, entre os municípios com mais de 30 mil habitantes no Espírito Santo, a Serra foi quem mais demitiu. No total, o desemprego atingiu mais de seis mil trabalhadores.

Para Comper, só é possível modificar o quadro do desemprego retomando a competitividade, a credibilidade institucional e econômica. “É preciso ter sabedoria para retomar o fortalecimento e estreitamento da relação entre o Poder Público e o setor produtivo, oferecer “saúde” para que o setor continue produzindo.

“Para vencer a crise é preciso retomar a confiança e isso se faz com experiência e credibilidade. Não se pode brincar com a crise, você tem que demonstrar firmeza. Os números do desemprego são tristes e não são para comemorar. Precisamos fazer o nosso dever de casa aqui na Serra.”

O Sine
Outro ponto detalhado por Alessandro Comper foi o papel do Sine, na Serra. De acordo com o especialista, os números não são os melhores.

Dados dão conta que em 2015 o Sine ofertou cerca de seis mil vagas de emprego. A procura por trabalho superou 12 mil trabalhadores. Desses, o Sine encaminhou oito mil, mas apenas 372 trabalhadores foram contratados. Nos primeiros quatro meses deste ano, o Sine colocou 30 pessoas no mercado de trabalho.

Diante dos números apresentados por Alessandro Comper, o deputado Sergio Vidigal fez um alerta sobre a real eficiência do Sine, na Serra.

“As empresas não acreditam no Sine. O primeiro desafio é resgatar a credibilidade do sistema de emprego da Serra. Não adianta se inscrever se as empresas não ofertam a vaga, se o trabalhador vai lá para buscar emprego e não está qualificado dentro daquilo que a empresa deseja.”

Uma das saídas para driblar o desemprego na Serra é incentivar a geração de novos empreendedores. Para Vidigal há uma tendência mundial que se tenha menos pessoas de carteira assinada e mais pessoas sendo empreendedores. Ele ressaltou que é preciso subsidiar os juros do banco popular, o chamado micro crédito, para que sejam dadas melhores condições para que o empreendedor possa ter esse incentivo.

Alternativas
Entre as alternativas propostas pelo PDT da Serra para superar a crise e retomar os postos de emprego é que o município passa ser aval para aquele empreendedor que está no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), que não consegue captar recursos, como exemplificou Sergio Vidigal.

“O município passaria a ser avalista daquele empreendedor que está com o nome negativado e não consegue dinheiro para iniciar uma atividade. Por isso algumas ações importantes, além de informatizar o sistema, buscar novidades, fazer uma interligação mais próximas com as empresas, pois nós observamos que a inserção no mercado de trabalho pelo Sine é muito pequena. Inclusive, o Sine ele acaba sendo desnecessário da forma como ele está. A proposta é resgatar a credibilidade do Sine e fazer um link dele mais próximo junto ao setor produtivo da cidade”, disse Vidigal.

O pedetista sugeriu que com a medida há uma possibilidade de realizar um trabalho, para unificar o licenciamento na implantação de novas empresas, apontando que esse processo necessita de mais agilidade.

“Uma das coisas que fazem muitos empresários desistirem da Serra e procurar outro município é a lentidão de você fazer o licenciamento prévio para instalação de empreendimentos na cidade. O modelo de gestão que é praticado no Brasil inteiro, o prazo de validade dele está vencido, é arcaico. O papel do setor público é inovar. Só vale a pena governar se tiver condição e ambiente de inovar. O que não pode é gastar mal”, concluiu.

Sueli Vidigal fala sobre os “Encontros com a Serra”

Encontros: Soluções para uma nova Serra - Emprego e Renda / Fotos: Sérgio Cardoso
Encontros: Soluções para uma nova Serra – Emprego e Renda / Fotos: Sérgio Cardoso

“Estamos nesta caminhada pela Serra. Eu quero agradecer a cada um que aceitou o convite para estar conosco. Já debatemos a violência e as drogas, agora emprego e renda. Vamos tratar de 12 temas percorrendo a Serra, temas relevantes, que realmente nos incomodam. A gente não fabrica uma história, a gente constrói. E assim é a política do PDT na Serra.”

Durante a sua fala Sueli destacou a PEC do Trabalhador, apresentada por ela e que agora caminha na Câmara dos deputados. “Como deputada apresentei a PEC do Trabalhador, que visa incluir o cidadão no mercado de trabalho, além de garantir a sua qualificação profissional.”