CPI do BNDES: Vidigal questiona rombo de U$ 2 bilhões no Banco apontados pelo TCU e MP

Atuação Imprensa

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge disse nesta terça-feira, 20, que a palavra “lobby” foi demonizada no Brasil. Ele esteve presente na reunião de hoje da CPI do BNDES, na Câmara dos Deputados. Na oportunidade, o deputado federal Sergio Vidigal (PDT-ES) questionou os financiamentos do BNDES junto a países do exterior.

“O BNDES perdeu um total estimado em mais de US$ 2 bilhões ao fixar taxas de juros ilegalmente baixas para obras de construtoras em países de grau especulativo, afirma o Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). O MP, inclusive, entrou com representação no TCU pedindo a suspensão da linha de US$ 12 bilhões destinados a exportação de serviços de engenharia alegando que os empréstimos estão corroendo o FAT, dinheiro do trabalhador. O senhor tinha conhecimento de que para fazer tais parcerias no exterior, o BNDES utilizava, supostamente, recursos do FAT de forma indevida como apurou o TCU?”, questionou o deputado Sergio Vidigal.

Ao responder o questionamento, o ex-ministro afirmou que as suspeitas do TCU e do MP não tem respaldo. “Milhares de pequenas empresas exportam capacete, uniformes, botinas, portanto a conta deve ser feita por completo. Grande parte dos financiamentos do BNDES criam emprego e renda, desta forma são um retorno para o próprio trabalhador. Foram muitas garantias ofertadas, o dinheiro voltou e não acredito em tamanho prejuízo”, afirmou Miguel Jorge.

Outro questionamento do deputado esteve ligado ao financiamento da corrupção com dinheiro público, uma vez que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, havia afirmado na CPI que o banco não estaria sofrendo nenhuma exposição a risco por ter financiado empresas investigadas pela Operação Lava Jato.

“No período de sua gestão, qual a política do Ministério do Comércio Exterior para evitar que o dinheiro emprestado fosse desviado? Exigia-se acompanhamento da execução financeira dos recursos disponibilizados?”, perguntou o pedetista.

Neste momento, Miguel Jorge afirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) realizada um acompanhamento dos financiamentos, inclusive, com o critério de que as parcelas do financiamento só são liberadas se as obras estiverem dentro do cronograma previsto.

As diretrizes políticas do Banco, que permitiram a disponibilização de recursos às empreiteiras investigadas pela Lava a Jato, também foram alvo de questionamentos pelo deputado capixaba.

“Não houve a disponibilização de financiamentos para todas as empreiteiras investigadas na Operação Lava a Jato, é preciso verificar ao certo a qual razão social se refere essas empresas. Nos casos que ocorreram desvios investigados na Operação Lava a Jato, os culpados devem ser punidos e responsabilizados”, afirmou o ex-ministro do exterior, Miguel Jorge.